Vez ou outra você se pega admirando uma loja linda, com uma comunicação bem alinhada com a marca e até espaços instagramáveis. Sabe por que isso acontece? Porque tudo foi bem pensado para chamar a sua atenção e oferecer uma verdadeira experiência. O nome dessa estratégia é vitrinismo e visual merchandising.
Neste artigo, você vai entender como funcionam essas estratégias e vai ficar por dentro das melhores dicas para aplicar o vitrinismo e o visual merchandising em seu negócio. Confira!
O que é vitrinismo e visual merchandising?
Antes de mais nada é preciso explicar um detalhe importante: muita gente usa o termo vitrinismo para se referir à comunicação visual que existe por trás de uma vitrine. Mas, na verdade, a vitrine é apenas um dos elementos que compõem o visual merchandising. Junto com outros componentes, ela forma o conjunto de técnicas que direcionam a apresentação e a promoção de produtos, conforme explica Renato Diniz, diretor criativo e de VM do Estúdio Jacarandá.
“São inúmeros os recursos utilizados no visual merchandising. O mais emblemático deles, com certeza, é a vitrine, que é o espaço dedicado ao storytelling visual, onde uma coleção ou um conjunto de produtos sinérgicos é apresentado de acordo com uma temática. Mas o mais ‘correto’ é nos referirmos sempre ao visual merchandising, pois a comunicação visual não fica só na vitrine, ela abrange a loja toda”, explica ele.
Alguns exemplos atuais de outros elementos que se somam à vitrine no visual merchandising são patterns e soluções gráficas. “Eles contribuem para uma ambientação mais eficiente e para potencializar a presença de determinada coleção ou tendência”, conta Renato.
Das vitrines às redes sociais
O conceito mostra-se mais evidente quando analisamos o crescimento recente do segmento. “Hoje, as lojas precisam contar com experiências sensoriais e espaços instagramáveis. Um ponto de venda não tem êxito e nem fideliza seu consumidor se não tiver um ambiente que ofereça uma jornada de experiência, entretenimento e descobertas”, relata o especialista. E isso, claro, começa na vitrine, mas tem de estar presente na comunicação visual completa da loja, no seu interior, mas também nas suas embalagens e até mesmo nas redes sociais.
E, claro, isso tem muito a ver com o amadurecimento da comunicação visual como um todo. “A comunicação visual tem assumindo papel fundamental como ferramenta de transmissão de histórias da marca, de divulgação de ofertas e lançamentos”, explica Renato.
Um bom visual merchandising, obviamente, pode trazer resultados para os varejistas. De acordo com dados do Sebrae, até 80% das vendas de uma loja podem ser motivadas pela vitrine e 30 segundos é o tempo médio para despertar o interesse do consumidor diante de uma vitrine, segundo o gerente do escritório regional do Sebrae SP em Campinas, José Carlos Cavalcante.
Para descobrir a efetividade das vitrines e do visual merchandising, o varejista pode criar uma infinidade de métricas. Uma delas são sensores que coletam dados de tráfego de clientes, exemplifica Renato.
“Hoje, as lojas precisam contar com experiências sensoriais e espaços instagramáveis. Um ponto de venda não tem êxito e nem fideliza seu consumidor se não tiver um ambiente que ofereça uma jornada de experiência, entretenimento e descobertas”
6 dicas de vitrinismo
De acordo com o Sebrae, algumas dicas gerais podem ser seguidas por quem quer investir numa boa vitrine. Confira a seguir:
1. Menos é mais
Não é o volume de itens ou o excesso de informação que vai atrair o público. Pelo contrário, a poluição visual é um erro comum, que pode prejudicar a loja. Se você tem muitos produtos para expor, evite adicionar muitos elementos na vitrine e agrupe os produtos para fazer uma melhor distribuição.
2. Critérios de exposição
Uma boa vitrine deve ter produtos estratégicos, que conversem com o perfil da loja e seu cliente.
3. Periodicidade
Não existe regra para o tempo de exposição de uma vitrine. O que os especialistas recomendam é que o projeto não fique mais de 15 ou 30 dias sem nenhuma mudança. Trocar alguns itens transmite a sensação de novidade.
4. Distribuição
Evite deixar os produtos no chão, isso pode desvalorizá-los. Coloque-os sempre a uma altura de 1,60m do piso da vitrine. Isso facilita a visualização.
5. Cores
Atente-se para as cores que representam o público daquela ação. Se a sua empresa vende produtos infantis, por exemplo, cores vivas e alegres, além de uma paleta colorida, ajudarão a atrair a atenção do público.
6. Iluminação
A iluminação deve favorecer os produtos da vitrine. O direcionamento deve ser feito de forma que conduza o consumidor ao produto.
Seu negócio precisa de vitrinismo?
Bom, agora que você entendeu um pouco mais sobre o vitrinismo e o visual merchandising, deve estar se perguntando: mas isso é para todas as marcas?
De acordo com informações do Sebrae, em geral, as empresas que aproveitam melhor os benefícios do vitrinismo são as lojas de roupas. Entretanto, diversos tipos de negócios podem utilizar os benefícios dessa técnica.
Todas as empresas que precisam expor seus produtos podem investir em vitrinismo como uma estratégia de vendas do negócio. “Lojas de decoração, brinquedos, alimentos, acessórios, calçados, produtos de lazer e diversão, entre outros”, pontua o Sebrae.
O especialista Renato Diniz é categórico: “Todas as marcas que possuem PDVs físicos necessitam de profissionais capacitados para atuarem em projetos internos de visual merchandising, independente do segmento”.
Existem especialistas em vitrinismo?
Sim. Renato revela um pouco do perfil do profissional de vitrinismo e visual merchandising: “O profissional que atua na área pode começar sua jornada profissional como vitrinista, analista de VM, que atua junto ao time de marketing, podendo chegar a diretor de VM da marca que o contratou. Há oportunidade também para o profissional trabalhar em escritórios de arquitetura de varejo e agências de branding e comunicação visual”, relata.
O trabalho de visual merchandising é muito dinâmico e pautado em tendências de varejo, de comportamento e de moda. O profissional deve ser super conectado em inovações e ter conhecimento em diversas áreas, como marketing, arquitetura, design de interiores e design de mobiliário. “O caminho é: independentemente da formação, o profissional de VM deve ser super interessando em artes, arquitetura, moda, televisão, cinema, música, fotografia. Todo o repertório adquirido nestes meios contribui para exercitar sua criatividade. É desejável que ele possa expressar suas ideias por meio de esboços manuais, por sketchup ou algum software gráfico”, pontua Renato.
E para se tornar um profissional existem diversos cursos, geralmente com foco maior em visual merchandising para moda.
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